

Psicóloga Ana Carolina Carvalho Pascoalete

Os sintomas que caracterizam a patologia são delírios; com discursos persecutórios, alucinações; como ouvir vozes, alteração do pensamento; como ideias confusas e desorganizadas, alterações da afetividade; com perda da capacidade de reagir emocionalmente, diminuição da motivação; desanimo, isolamento, retração e, ainda, outros sintomas como; dificuldade de concentração, alteração da motricidade, desconfiança excessiva, indiferença, não alterar expressões faciais, fala monótona, diminuição da fala e prejuízo da linguagem, negligência de higiene pessoal, perda de interesses por atividades cotidianas, incapacidade de sentir prazer.
A esquizofrenia tende a evoluir em episódios agudos onde aparecem vários sintomas, intercalados por períodos de remissão, com poucos sintomas manifestados. O diagnóstico é realizado por especialista médico; psiquiatra e neurologista, por meio de observações clínicas a partir das manifestações da doença. Não existem exames laboratoriais que confirmem a patologia, porém são realizados para descartarem hipóteses diagnósticas de patologias com quadro de sintomas semelhantes ao da esquizofrenia.
O tratamento da doença visa o controle dos sintomas e a reintegração do indivíduo. O uso medicamentoso é vital para aliviar os sintomas na fase aguda e nos períodos entres as crises com o intuito de prevenção de novas recaídas. A maioria dos pacientes precisa utilizar a medicação permanentemente. É necessário pensar em estratégias sociais individualizadas para cada caso no sentido de promover a reintegração do paciente à família e à sociedade devido a alguns sintomas da doença como apatia, desinteresse, isolamento social e persistência desses sintomas mesmo após as crises.
Esses pacientes podem precisar de moradia assistida, treinamento profissional e outros programas de apoio, além de necessitarem de psicoterapia e reabilitação com procedimentos visando ajudá-los a lidar com mais facilidades às dificuldades do dia a dia. O apoio dos familiares são aliados importantíssimos no tratamento e reintegração do paciente, com a necessidade de compreender os sintomas e as atitudes do esquizofrênico para não julgá-los, não realizar interpretações e atitudes inadequadas que, muitas vezes, pode colaborar para piorar o quadro patológico, estimulando um ciclo vicioso difícil de ser rompido.
Quando não tratado ou nos episódios de crises aguda o indivíduo pode apresentar: auto lesão, tentativa de suicídio, ansiedade e fobia, depressão, consumo de álcool e abuso de drogas, perda de dinheiro, conflitos familiares, improdutividade no trabalho e estudo, isolamento social e comportamento agressivo. Na clínica psicanalítica observa-se que o indivíduo com esquizofrenia, em virtude dos sintomas da própria doença, não apresenta crítica acerca do seu quadro, já que a principal característica da psicose é a apreensão incorreta da realidade. Mesmo que perceba a doença é difícil convencer o esquizofrênico sobre seus sintomas, já que a própria natureza do quadro leva-o a manter um discurso engessado, estando convicto de que o que esta dizendo é a verdade sobre a realidade. Assim, compreende-se que a esquizofrenia é um quadro psicopatológico extenso e complexo ainda se apresentando, em grande parte, como incógnita tanto para a medicina quanto para a psicanálise. É o modo mais grave de sofrimento psíquico e tem consequências profundas na vida do sujeito. Críticas, superproteção, atitudes hostis são prejudiciais ao paciente, apoio e compreensão são necessários para que ele possa ter uma vida independente e viva com qualidade, mesmo com a doença.

Rompendo com a realidade
A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico/psicológico de causas genéticas, ambientais e psicológicas, que ainda indaga muitas investigações para a neurociência, assim sendo caracterizada como uma doença crônica, complexa e que exige tratamento por toda a vida do individuo.
Pesquisas atuais apontam a importância da hereditariedade, ou seja, que parentes de primeiro grau de um esquizofrênico apresentam maiores chances de desenvolver a doença. No Brasil, estima-se que há cerca de 1,5 milhão de esquizofrênicos atingindo em semelhante proporção homens e mulheres, com tendências a se desencadear na adolescência entre 15 e 18 anos, ou na idade adulta, 25 a 30 anos.