

Psicóloga Ana Carolina Carvalho Pascoalete

Do saudável ao patológico
O estresse é um estado de alerta com a intenção de preparar o indivíduo para uma situação nova de mudança física ou psíquica e deixá-lo em estado de alerta para novas situações ameaçadoras, ou que representam problemáticas. É um mecanismo normal, necessário e benéfico para o organismo. Um estado equilibrado de estresse pode ser vivenciado como algo desejável, estimulando a capacidade das pessoas enfrentarem diversas situações na vida, com atitudes satisfatórias e uma saudável sensação de entusiasmo e motivação.
Porém, se torna perigoso quando atinge índices elevados estimulando um estado de intensa excitação produzindo consequências nefastas para a saúde física e psíquica da pessoa. O estresse pode manifestar-se em todas as idades, sendo mais frequente em adultos. Crianças e adolescentes também podem vivenciar o estresse quando passam por problemas familiares como separação dos pais, doenças graves na família, bulling, etc.
Estresse
O estresse está associado ao aumento de níveis de cortisol na corrente sanguínea, que pode estar vinculado a fatores biológicos, psicossociais e psicológicas. Os principais sintomas de estresse psicológico são: ansiedade, angústia, nervosismo, preocupação em excesso, irritação, medo, impaciência, tontura, problemas de concentração e de memória, desorganização, dificuldades em tomar decisões, cometer mais erros que o habitual, esquecimentos e sensação de perda de controle.
Os sintomas físicos do estresse são: problemas cardíacos e gastrointestinais, facilidade em ficar doente, alergias, asma, insônia, tensão muscular, mãos frias e suadas, dor de cabeça ou enxaqueca, problemas de pele e queda de cabelo anormal. Em caso de surgirem os sintomas é de suma importância identificar as causas do estresse para que elas possam ser resolvidas, e procurar um médico clinico geral ou um psicólogo para auxiliar o paciente com o tratamento adequado.
Para controle do estresse e ansiedade pode ser sugerido uso medicamentoso e psicoterapia com o intuito de identificar a causa e, aos poucos, amenizar e ou extinguir os sintomas. Na nossa atual conjuntura, em que os indivíduos estão constantemente conectados, uma dica para controlar o estresse e a ansiedade é evitar o uso das redes sociais em excesso, pois algumas situações podem estimular tristeza, solidão, inveja e sensação de insatisfação com a própria vida, além de uma alimentação mais saudável, visando alimentos, sucos, chás que acalmam e melhorem o sistema imunológico, proporcionando qualidade de vida.
A proposta da psicoterapia não é eliminar o estresse, pois em doses adequadas é positivo, e sim auxiliar a pessoa no processo de aprender a lidar com esse estresse, adotando um estilo de vida saudável e respeitando questões que envolvem sua própria individualidade. Para o campo da psicanálise o estresse pode se apresentar como um caráter de alienação, de exterioridade estrutural da subjetividade, na medida em que se caracteriza um campo de tensão, de ansiedade muito aumentada que, para Freud, na psicanálise resulta na angustia, e tal como o estresse, a angústia pode chegar a pontos intolerantes, possibilitando a um individuo adoecer não só psiquicamente, mas também fisicamente.
Diferente da ansiedade que é provocada por ameaças concretas, a angústia é acentuada por conteúdos do campo subjetivo, geralmente da ordem de perda do amor, da perda do reconhecimento, da ordem do desamparo afetivo. Ela se torna crucial exatamente nos momentos em que o sujeito se perde de seus sentidos, sendo da ordem da singularidade de cada um e por isso lhe imprime reações tão particulares.
O estresse e a angústia se assemelham no sentido de serem sofrimentos psíquicos gerados a partir de situações perigosas, ameaçadoras, surgindo então sinais que proporcionam ao paciente no tratamento psicológico e a chance de tentar possibilidades de atenuar ou evitar certos sofrimentos psíquicos.
